Cuidado contém spoiler!
Enola Holmes, irmã do famoso detetive Sherlock Holmes, é a estrela e protagonista de um filme cheio de aventura, mistérios e reflexões sobre o papel da mulher na sociedade.
A trama narra o misterioso desaparecimento da mãe de Enola, momento em que a personagem começa a desvendar as pistas em busca de sua mãe.
Enola foi criada por sua mãe para ser uma mulher livre, aprendeu a ler e desenvolver um raciocínio crítico, artes marciais, arco e flecha e experiências cientificas, enquanto as mulheres da mesma época eram preparadas para o casamento, aprendendo sobre as tarefas domésticas, bordados, posturas e etc.
O filme quebra barreiras entre épocas, mostrando que as mulheres sempre desejaram ter o seu espaço e vontades respeitadas na sociedade. Pensando nisso, os legisladores incluíram leis que garantem os direitos das mulheres na sociedade.
No Brasil, na esfera trabalhista, podemos citar como direitos básicos das mulheres:
• licença-maternidade de 120 dias ou 180 dias em casos específicos;
• estabilidade no emprego;
• pagamento integral de salários e vantagens financeiras durante o período de afastamento;
• proteção para mudança de função quando as condições de saúde exigirem – Ex. trabalho insalubre durante a gestação;
• dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para realização de, no mínimo, seis consultas médicas e exames complementares no decorrer da gravidez;
• em caso de aborto espontâneo, o empregador deverá liberar a empregada por duas semanas de repouso remunerado;
• após o retorno do período de licença-maternidade, a mulher terá o direito a dois descansos de meia hora cada um durante a jornada de trabalho, para que possa amamentar o próprio filho até que ele complete seis meses de idade;
• obrigatoriedade de um descanso de 15 minutos, no mínimo, antes do início da jornada extra de trabalho da mulher;
• a CLT proíbe que seja considerado o sexo como critério determinante para fins de cálculo da remuneração, possibilidade de formação profissional e oportunidades de ascensão na carreira;
• não é permitido que o empregador recuse emprego ou promoção a um empregado, muito menos o demita em razão de ser homem ou mulher;
• é proibido publicar anúncio de emprego com preferência por determinado sexo, bem como exigir atestado ou exame para comprovar esterilidade ou gravidez, durante admissão ou permanência no emprego.
Devemos ter em mente que a legislação trabalhista é de 1943, época em que as situações de trabalho eram diferentes das atuais.
Será que em relação aos direitos derivados da maternidade e por conta dessa quantidade de benefícios, as mulheres concorrem nas mesmas condições que os homens?
Não está na hora de rever a legislação e repensar na licença maternidade, não apenas como proteção ao trabalho da mulher, mas como proteção a vida da criança?
Talvez como solução instituir licença maternidade e paternidade pelo mesmo período para os pais? Incentivando a troca de tarefas e não a exclusão da mulher no mercado de trabalho.
Infelizmente é grande o número de mulheres gravidas que são demitidas, não por falta de conhecimento, mas por não ser vantajoso para aquela empresa manter uma funcionária afastada por tanto tempo, mas o mesmo não acontece com o pai…
Será que o excesso de proteção não acaba revertendo a ideia de proteção para exclusão? Dividir tarefas e responsabilidade entre pai e mãe não seria o ideal?
Muitas empresas vêm mudando esse cenário e incentivando a contratação de mulheres, incentivando períodos maiores de licença maternidade, colocando creches dentro da própria empresa possibilitando o contato da mãe com o filho durante o dia e possibilitando a amamentação, sabe qual o resultado? Funcionárias satisfeitas com o seu emprego, que trabalham com muito mais dedicação pois não querem perder o emprego que as possibilita estar em contato com o filho.
Menos demissões ou desligamentos e o resultado é uma empresa sólida e bem estruturada, com excelentes resultados. Muitas vezes não podemos enxergar a situação como “gasto” e sim como “investimento”.
Invista na sua funcionária, seja ela gestante ou não, e o retorno virá.